terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A Biblioteca dos Livros Proibidos, de Tom Pugh - Opinião

A Biblioteca dos Livros Proibidos, de Tom Pugh

 Janeiro de 1562. A Europa é o epicentro de uma verdadeira luta entre a luz e as trevas. Em Moscovo, Matthew Longstaff tenta cumprir a missão que lhe foi confiada: roubar um livro da biblioteca privada de Ivan, o Terrível. Longstaff trabalha para os Otiosi, um grupo clandestino de livres-pensadores determinado a manter acesa a chama do livre-pensamento que começa a expandir-se por toda a Europa. Também a trabalhar para os Otiosi encontra-se o médico e aventureiro Gaetan Durant, encarregado de obter um palimpsesto raro. Numa Itália mergulhada na Contrarreforma os inquisidores do papa mostram-se determinados a destruir qualquer foco de conhecimento livre. O seu líder, Gregorio Spina, chefe censor e espião do papa, captura o líder dos Otiosi em Florença e tortura-o em busca de informações. Os segredos da Biblioteca do Diabo podem estar ao alcance de Spina, e os primeiros passos dados pela humanidade em direção ao Iluminismo correm o risco de serem apagados da História. 

 Este livro foi prenda de anos. Como sempre a minha irmã adivinhou os livros que andava de olho. O título trazia-me memórias de Carlos Zafon. Assim que chegou a sua vez comecei a lê-lo avidamente. No entanto a leitura revelou-se complexa… No início do livro são-nos apresentadas três personagens com algo em comum. Longstaff, Schoff e Durant. Cada um com as suas motivações busca livros para os Otiosi, numa altura em que pensar livremente é um crime punido pela Santa Igreja. A proposta parece bastante interessante. Mas… Infelizmente o livro revelou-se muito monótono ao início. Muito descritivo. Pouca acção e pouco desenvolvimento. Apenas quando aparece a personagem da Aurélie começa a ganhar algum ritmo e o final é verdadeiramente fascinante. Aliás, se todo o livro fosse como o final então certamente seria um livro a devorar. A história é interessante. Até pela era em que se passa, o conhecimento que traz mas perde-se em algumas intrigas que poderiam ter sido menos exploradas dando mais abertura aos personagens. Fica um livro interessante de ler mas pouco mais que isso.