A Pista de Gelo, de Roberto Bolaño
Tudo se passa durante um mês de verão numa praia do Mediterrâneo. Há uma mansão em ruínas, uma bonita patinadora em decadência, e a paixão de um autarca de província. E há um crime, nas diferentes versões de três narradores que se vão completando e corrigindo. Remo Morán, Gaspar Heredia e Enric Rosquelles estão ligados a esse acontecimento central e, sem o saberem, podiam tê-lo impedido.
A Pista de Gelo – que se constrói sobre as linhas características do projecto narrativo de Roberto Bolaño – é um espaço de reflexão sobre a corruptibilidade dos políticos, sobre a acção perturbadora do amor nas pessoas, sobre o desenraizamento, a amizade e a dissolução dos sonhos. E mostra-nos que, mesmo na ausência de sentido, a vida prossegue.
Nítido Nulo, de Vergílio Ferreira
Um condenado à morte observa a praia desde a sua cela. Começa assim, com ressonâncias camusianas, Nítido Nulo, décimo-segundo romance de Vergílio Ferreira, publicado originalmente em 1971.
“Sobre o mar azul até a um limite invisível – meus olhos cansados, esvaídos de horizonte. Encosto-me a um pau do toldo, tia Matilde e Dolores ao lado em cadeirinhas rasas, estarão rezando? olham silenciosas, encosto-me às grades brancas da prisão. Vejo-me lá em baixo, como poderia ver-me lá de baixo? Detesto as grandes frases, são do tempo da conquista e da mistificação. E todavia. Estou só e isto deve ser real – instintivamente olho atrás. Uma dor recurva no pescoço, no estômago. Como poderia ver-me lá de baixo? aqui, no intervalo infinito entre a vida e a morte?”
Nas livrarias a 9 de Março
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