Papisa
Joana, de Lawrence Durrel
Esta
é a marcante e insólita história de uma jovem mulher que viaja por toda a
Europa do século IX disfarçada de monge e que acaba a comandar os destinos da
cristandade durante dois anos como Papa João VIII, antes de morrer de forma
repentina e surpreendente. Quando Papisa Joana foi publicado pela primeira vez
em Atenas, em 1886, criou enorme polémica: o livro foi proibido e o autor
excomungado. Apesar disso, e também por isso, a obra e o autor ficaram famosos,
e Papisa Joana tornou-se um marco na história da literatura grega moderna.
Posteriormente, Durrell, um dos mais importantes escritores britânicos do
século XX, traduziu e adaptou o texto, criando uma obra de arte com cunho
próprio.
Sou uma apaixonada pela história da
Papisa Joana, da rapariga que conseguiu ser Papa em Roma e que séculos depois
foi apagada da história.
As histórias sobre esta personagem
são bastantes e pululam por todo o lado: livros, pequenos contos, fantasias, etc…
Nunca se conseguindo chegar à veracidade da história, dos factos, e à
existência de tal pessoa.
Graças ao Bookcrossing tive acesso
a mais um livro sobre Joana. Não declinei a oferta da leitura e recebi-o em
mãos com muita curiosidade.
No entanto, ao invés de um livro
que se divide entre o ficcional e o histórico (como por exemplo é o caso do
livro A Papisa Joana, de Donna
Woolfolk Cross), este é um livro totalmente fantasioso, o que me retraiu na
leitura.
Ao longo destas páginas é-nos
descrito o crescimento de Joana, as suas viagens pela Europa, a sua
aprendizagem, o seu amor por Frumêncio, a sua chegada a Roma e a sua ascensão a
Papa, bem como a sua morte pública. No entanto, estes acontecimentos são
emparelhados com descrições de milagres que o autor considera muito realistas,
como chuva de sangue, pragas de gafanhotos, virgens que aparecem para castigar
frades, santos que surgem para arrancar corações aos enamorados, e toda uma
parafernália de acontecimentos milagrosos que tiraram qualquer sentido à
história e a transformam num quase simples conto de fadas.
O livro torna-se como uma balança
que não sabe se há-de pender mais para o prato da narração ou para o prato da
descrição de tão interessantes milagres e histórias. E devido a esse dilema da
balança a leitura torna-se demorada, pouco entusiasmante, levando-nos a querer
saltar estas partes para que possamos enfim concluir a história de tão ilustre
personagem.
Não é um livro que recomende a quem
não se interessa pelo tema. Pois só alguém realmente interessado por este cisma
religioso conseguirá sobreviver a tanto milagre. E mesmo assim… talvez não.
Hehe... eu tenho o outro, depois de ler o teu há tantos anos, resolvi comprar e já o reli algumas vezes.
ResponderEliminarNem sempre resulta bem (re)visitar a mesma história através das palavras de outros autores... mas é bom sinal o interesse na Papisa. Eu quero acreditar que existiu!!!
Beijinho
Eu ainda tenho mais dois em estante sobre o mesmo assunto. Mas como são meus acabam por ir para segundo plano e demora a chegar a sua vez.
EliminarBeijo grande