Numa manhã perfeita de Maio…
Neville
Wyatt, conde de Kilbourne, aguarda a sua noiva no altar. Mas, para espanto
geral, em vez da bela jovem que todos conhecem aparece uma mendiga andrajosa.
Perante a nata da aristocracia, o perplexo conde olha para ela e declara que é
Lily, a sua mulher! Ao olhar
para aquela que em tempos desposou, que amou e perdeu nos campos de batalha de
Portugal, ele compromete-se a honrar o seu compromisso… apesar do abismo que
agora os separa.
Até
que Lily fala com franqueza…
E
afirma querer começar de novo… e que Neville a ame verdadeiramente. Para isso, sabe que terá de estar à altura das
expectativas dele, o que a leva a aceitar ser dama de companhia da sua tia e
aprender as boas maneiras. A determinada Lily rapidamente conquista a admiração
da alta sociedade, demonstrando ser uma condessa à altura do seu conde. Por seu
lado, Neville está disposto a tudo para provar à sua formidável mulher que o
que sentiu por ela no campo de batalha foi muito mais que desejo, muito mais do
que o arrebatamento de…
Uma noite de amor.
Este livro surge como uma
curiosidade à referência de Portugal. Para mim prometia ser mais um destes
novos romances pseudo-eróticos que andam na moda, estilo Madeline Hunter ou
Nora Roberts. Nada contra, aviso desde já. De vez em quando sabe bem ler um
destes livros “água com açúcar”, como dizem os brasileiros.
Mas este livro foi mais uma
surpresa. Primeiro uma desilusão… depois uma surpresa.
A desilusão chega com a referência
a Portugal. Afinal não passa disso mesmo… uma referência. Os campos de batalha
não são localizados com precisão falando-se sempre do “centro de Portugal” e
nada mais sobre o nosso país é referido.
A surpresa vem por não ser um mero
livro “água com açúcar”. Não nos fala de um amor que floresce e que é levado ao
êxtase. Fala-nos sim de um amor que tem de ser trabalhado e que precisa de uma
comunhão não apenas sexual.
Lily é uma personagem fascinante.
Alberga em sim toda a inocência do mundo e toda a esperança, mesmo passando
pelas atrocidades que passou. Atravessa a península ibérica em busca do seu
amor e consegue chegar a ele… no dia do seu casamento com outra. Lily vai lutar
muito pela sua felicidade. Mesmo que para isso tenha de sair da vida de Neville.
Neville, por sua vez, é alguém que
após perder Lily se habituou ao simples companheirismo de Lauren, a sua noiva.
Esqueceu o que era uma vida de amor e espera encontrar na amizade de Lauren um
futuro em conjunto. Mas após o regresso de Lily ele percebe que nunca poderia
viver sem amor. E que o que Lily lhe oferece não é apenas uma comunhão carnal,
e sim uma comunhão de sentimentos, compreensão e respeito. É para essa comunhão
que ambos trabalham.
No fim há ainda a revelação de um
grande segredo. Não é propriamente um policial pelo que por volta do meio do
livro já os leitores o devem ter percebido.
Uma leitura leve para dias de
verão. Levar para a praia, para o campo ou para a esplanada. Um livro para
relaxar.
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