A
Pedra Ainda Espera Dar Flor, de Raul Brandão
Organização de Vasco Rosa
«Recolhido
de quase quarenta publicações de todo o tipo, calibre e geografia, emergia pela
primeira vez um imenso corpo textual de nítida proximidade com os temas
recorrentes de Raul Brandão, que algumas vezes, e a considerável distância
temporal, serve de base a passagens das suas Memórias, outras comenta livros da
época, outras ainda, como os verbetes do Guia de Portugal, desdobra a escrita
impressionista de Os Pescadores e de As Ilhas Desconhecidas, ou enfatiza todo o
seu envolvimento com o teatro e desde mais cedo (1892) do que é considerado
(1895). Ficava também em evidência a atenção central concedida a Columbano
Bordallo Pinheiro e a Guerra Junqueiro […], a sua compaixão por Almeida Garrett
janota, impiedosamente troçado nas gazetas e nas tertúlias, o seu fascínio por
Camilo Castelo Branco, e trazia-se a primeiro plano a «História do batel Vai
com Deus e da sua campanha», folhetim da nossa vida piscatória publicado em
1901, claramente preanunciador de Os Pescadores, escrito duas décadas depois –
e que não devia faltar, como anexo, a nenhuma edição desse livro digna do
nome.» Do prefácio de Vasco
Rosa
O
Autor:
Raul
Brandão nasceu na Foz do
Douro, a 12 de Março de 1867, e morreu em Lisboa, a 5 de Dezembro de 1930.
Militar de 1888 a 1911, foi ao jornalismo e à literatura que dedicou a sua
vida, escrevendo livros, como Húmus,
a sua obra-prima, ou peças de teatro, como O
Gebo e a Sombra, que impressionaram várias gerações até aos nossos dias.
Sem nunca ter escrito poesia, a sua escrita é predominantemente poética, e a
condição o tema profundo da sua obra: simbolista-decadentista no início,
impressionista no final, quando escreve Os
Pescadores e As Ilhas Desconhecidas –
Notas e Paisagens, considerado «um dos melhores livros de viagens de todos os
tempos na literatura portuguesa». As suas Memórias,
em três volumes, são também uma das grandes referências nacionais deste género
literário.
Vasco
Rosa é editor e
investigador na área da literatura. Colaborou com várias revistas e jornais,
como a K e o Independente. Foi o responsável pela edição da obra completa de
destacados autores portugueses, nomeadamente da de Nuno Bragança. Vasco Rosa
tem estudado em profundidade a totalidade da obra, incluindo a inédita, de Raul
Brandão.
Nas livrarias a 22 de Fevereiro
Os
Emigrantes, de W.G. Sebald
«Ao mesmo tempo despretensiosa e
lírica, factual e misteriosa, condensada e difusa, a estranha precisão da sua
prosa é enganadoramente simples, tão invulgar e perturbadora como as histórias
que nos conta.» Boston Review
«Um dos mais misteriosamente
sublimes escritores europeus contemporâneos.» James Wood
Enquanto narra e documenta a vida e
as vicissitudes de quatro judeus expulsos das suas terras – e num tempo em que
se cultiva o esquecimento –, W.G. Sebald reaviva a memória de um período da
História recente europeia, cujos acontecimentos determinaram dramaticamente o
destino individual. Mas, se por um lado Os
Emigrantes é uma evocação do exílio e da perda, por outro é também a de um
tempo reencontrado, nas viagens que esses homens empreenderam em busca de si
próprios e de um lugar para viver, e o seu triunfo sobre a dor da separação e
da morte. Deambulando entre a realidade e a fantasia, a investigação e a
ficção, W. G. Sebald segue e relata o caminho destas figuras numa prosa
atmosférica, evanescente, magnífica.
O
Autor:
W.G. Sebald nasceu em 1944 em
Wertach, na Alemanha, e viveu desde 1970 em Norwich, no Reino Unido, onde foi
docente universitário de Literatura Alemã. Prosador e ensaísta, é autor de
grandes marcos da literatura contemporânea como Os Anéis de Saturno, Austerlitz,
Os Emigrantes ou História Natural da Destruição. Sebald foi galardoado com os
prémios literários Mörike, Heinrich-Böll, Heinrich-Heine e Joseph Breitbach.
W.G. Sebald morreu em 2001.
Nas livrarias a 8 de Março
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