A
Sombra do Vento, de Carlos Ruiz Zafón
Bis
– Leya
Numa
manhã de 1945, um rapaz é conduzido pelo pai a um lugar misterioso oculto no
coração da cidade velha: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí, Daniel Sempere
encontra um livro maldito, que muda o rumo da sua vida e o arrasta para um
labirinto de intrigas e segredos enterrados na alma obscura de Barcelona.
Juntando
as técnicas do relato de intriga e suspense, o romance histórico e a comédia de
costumes, A Sombra do Vento é sobretudo uma história trágica de amor, cujo eco
se projecta através do tempo. Com uma grande força narrativa, o autor entrelaça
tramas e enigmas ao modo de bonecas russas num inesquecível relato sobre os
segredos do coração e o feitiço dos livros, numa intriga que se mantém até à
última página.
A
Sombra do Vento é um mistério literário passado na Barcelona da primeira metade
do século XX, desde os últimos esplendores do Modernismo até às trevas do
pós-guerra. Um inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos
livros num crescendo de suspense, que se mantém até à última página.
Este livro foi uma prenda de
aniversário da minha irmã (podem encontra-la no Berço do Mundo). Mas com uma
pilha de livros para ler, mais trabalho, mais actividades extra-curriculares,
estava difícil de arranjar tempo para ele. Mesmo com ela sempre a reiterar que
o livro era muito bom e que estava ansiosa para saber o que eu acharia dele.
A
Sombra do Vento foi o último
livro de 2013. Acabado de ler no dia 30 de Dezembro acabou o ano em beleza. O
que pedir mais do que um livro que fechasse o ano com chave de ouro?
O livro foi mais que uma boa
surpresa. Foi uma descoberta apaixonante. Um fio que nos envolve em cada
palavra, em cada capítulo, em cada personagem que conhecemos. Um fio que nunca
mais nos larga. Nem mesmo quando chegamos ao fim.
Começamos a narrativa a conhecer
Daniel, uma criança ainda, que é levada pelo pai a um lugar fascinante que, de
certeza, todos gostaríamos de conhecer: o Cemitério dos Livros Esquecidos. Aí
Daniel escolhe um livro (ou é escolhido por ele) que o vai transportar numa
aventura fantástica por Barcelona, pela literatura, pela sua própria vida e
condição humana.
Confesso que o autor me fez lembrar
muito o meu autor preferido, Jostein Gaarder. Embora com uma escrita diferente,
com palavras e histórias diferentes, fez-me lembrar O Mundo de Sofia. A forma como Daniel lia o livro de Carax, e ao
mesmo tempo iam surgindo as histórias das personagens que o acompanhavam, a
vida delas. Como um livro dentro de outro, dentro de outro e dentro de outro.
Tal como Gaarder quando nos apresenta Sofia, personagem que Hilde lê, que por
sua vez é uma personagem que nós lemos. Confusos? Pensem nas famosas bonecas
russas, as Matrioshkas. Dentro de cada uma encontramos uma nova personagem, uma
nova história.
As personagens são tão ricas que é difícil
escolher uma. São todas tão fascinantes, com histórias de vida tão ricas que é difícil
dizer que apenas uma ou outra é a principal.
E o cenário? Uma Barcelona em
guerra e pós guerra. Retratos de quem sofreu a tortura e a perseguição, de quem
perdeu familiares ou os viu entrar para a prisão sem nunca mais ter notícias
deles.
O que posso dizer mais? Que
recomendo a leitura a toda a gente, que é um livro 5 estrelas que vale a pena
ler. A linguagem é acessível e a narrativa fluída.
É sem dúvida um autor a manter
debaixo de olho e um livro para ir relendo de quando em quando.
É mesmo um livro inesquecível!
ResponderEliminarSim, Jojo, é um livro inesquecível. E penso que será daqueles que de cada vez que relemos descobrimos algo novo que na ânsia de o ler a primeira vez nos escapa.
EliminarObrigada pela visita. Beijocas
Ai até que enfim. Pensei que nunca mais lias o livro.... Fico feliz por teres gostado. Não adoraste a Bernarda? Maternal, com pêlos de sobra, crédula até doer. E o Barceló? Não davas um braço para conhecer alguém como ele?
ResponderEliminarCaramba, as personagens são "priceless". Só por elas já vale a pena ler o livro...
Beijoca
P.S. O Jogo do Anjo não é tão bom
Fiquei com tempo de sobra nos últimos tempos :p
EliminarO livro deixa-nos sem palavras. E deixa-me com o problema de que qualquer livro depois deste me sabe a pouco.
Acho que não consigo escolher uma só personagem. Mas Daniel e Carax são sem dúvida as minhas preferidas. E Fermin.
A história da caneta do Victor Hugo fez-me lembrar a pena que me ofereceste. Se calhar aproveito o tempo de prisão domiciliária para escrever um romance ;)
Beijo enorme!