O
Feitiço da Índia, de Miguel Real
O
Feitiço da Índia narra a história
de três homens: José Martins, o primeiro português a tocar solo indiano, ido
como degredado na armada de Vasco da Gama. Casado em Alfama com a moura Rosa,
apaixonou-se por Rhema em Cochim, casou-se de novo e morreu em Goa, enfeitiçado
pela Índia; Augusto Martins, o único português (não luso-indiano) a permanecer
em território de Goa após a invasão das tropas da União Indiana em 18 de
Dezembro de 1961. Casado em Lisboa com a mulher-a-dias Rosa, apaixonou-se em
Salcete pela menina Rhema, filha de um brâmane, gerando Sumitha, morrendo em
Goa enfeitiçado pela Índia; A história do narrador, descendente de José Martins
e filho de Augusto Martins, que, em 1975, após o reatamento das relações entre
Portugal e a União Indiana, partiu para Goa à procura do pai e ali permaneceu
até hoje, vivendo com Rhema e Sumitha, enfeitiçado pela Índia.
Nas livrarias a 27 de Agosto
Milan Kundera chegou a pensar dar a
este romance o título A Idade Lírica.
A idade lírica, segundo ele, é a juventude, e este romance é, acima de tudo,
uma epopeia da adolescência, uma epopeia irónica que corrói ternamente valores
sagrados: a infância, a maternidade, a revolução e, até mesmo, a poesia. Com
efeito, Jaromil é poeta. Foi a sua mãe que o fez poeta, e é ela que o acompanha
(figurativamente) aos seus leitos de amor e (literalmente) ao seu leito de
morte.
Personagem ridícula e comovente,
horrível e de uma inocência total («a inocência com o seu sorriso sangrento»!),
Jaromil é, ao mesmo tempo, um verdadeiro poeta. Não é um canalha, é Rimbaud.
Rimbaud apanhado na armadilha da revolução comunista, na armadilha de uma farsa
negra.
De assinalar que a capa deste
livro, que ganhou o Prémio Médicis, é da autoria do próprio Milan Kundera.
Nas livrarias a 31 de Agosto
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