O
Aleph, de Jorge Luis Borges
Neste conjunto de ficções publicado
em 1949 (acrescido de quatro textos na edição de 1952), encontramos os motivos
borgesianos recorrentes: o tempo, o infinito, a imortalidade, a identidade, o
duplo, a perplexidade metafísica.
Descoberto na cave de um casarão
devoluto, o Aleph – que dá título ao último conto e ao livro – é “uma pequena
esfera de cor tornesol, de um fulgor quase intolerável”, o ponto no universo a
partir do qual se vê a totalidade do universo, em simultâneo e sob todos os
ângulos. Borges tê-lo-á definido com a comparação: «o que a eternidade é para o
tempo, o Aleph é para o espaço.»
«Começa aqui o meu desespero de
escritor.» – afirma o narrador – «Toda a linguagem é um alfabeto de símbolos
cujo exercício pressupõe um passado que os interlocutores compartilham; como
transmitir aos outros o infinito Aleph (…)?»
Nas listas de maiores escritores do
século XX, há vários nomes omnipresentes: Proust, Joyce, Kafka. Jorge Luis
Borges é um deles. A sua ascensão ao panteão literário foi lenta, mas com o
reconhecimento do prémio Formentor, em 1961, fixou-se aí definitivamente.
Borges tornou-se uma lenda, um arquétipo do escritor erudito e de infinitos
conhecimentos enciclopédicos.
Bibliotecas, tigres, espelhos e
labirintos: não é possível pensar em qualquer destes substantivos sem que o
nome de Borges nos ocorra de imediato. São elementos de um universo único que
gerou uma multidão de admiradores e imitadores, embora nenhum tivesse atingido
o nível do mestre. Tal como os escritores referidos no início, Jorge Luis
Borges não recebeu o Prémio Nobel.
Nas livrarias a 18 de Janeiro
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