Os Demónios de Álvaro
Cobra, de Carlos Campaniço
A
aldeia de Medinas seria um lugar bem mais aprazível não fosse contar-se entre
os seus habitantes Álvaro Cobra, um lavrador que atrai fenómenos sobrenaturais
e tão depressa é tido por bruxo como por santo: não chorou ao nascer, com três
meses já tinha os dentes todos, consegue ouvir a Terra girar sobre si própria,
tem uma cadela que adivinha o tempo e, além disso, já morreu duas vezes – mas
ressuscitou, e desde então um bando de grifos faz ninho no seu telhado.
Ao
ficcionar uma aldeia alentejana em finais do século XIX – na qual judeus,
árabes e cristãos andam às turras e os mitos ganham terreno à realidade –, Carlos
Campaniço oferece-nos uma galeria de personagens inesquecíveis, que vão de um
anarquista alfabetizador à dona de um bordel ambulante, e recicla de forma
original o realismo mágico para revisitar as virtudes e os defeitos das
pequenas comunidades rurais do nosso Portugal.
Nas
livrarias 28 de Fevereiro
Parece-me muito bem :)
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