A
Garça, de Giorgio Bassani
Numa madrugada de 1947, Edgardo
Limentani, proprietário judeu de Ferrara, acorda cedo para uma caçada. Dentro
do barril, enquanto olha patos e galeirões sem conseguir disparar, é tomado por
uma estranha lucidez: vê-se a si próprio desprendido do mundo, fora do curso da
vida, sem afectos, sem apreço por ideias ou ideologias, morto por dentro. Uma
garça em voo baixo, muito próxima, arranca-o ao seu langor. Limentani observa-a
– a sua grácil morfologia –, agora desperto, o coração pulsando contra o peito.
Dois tiros são disparados e a ave é atingida. A perplexidade da garça,
primeiro, e a lenta agonia que se segue vão ligar-se à percepção que Limentani
tem de si próprio e vão lançá-lo num longo desespero.
A
Garça é uma novela delicada
e pungente que, centrada na angústia de uma crise pessoal, retrata uma
sociedade cuja ordem se aproxima do fim.
O
Autor:
Giorgio Bassani (1916 – 2000) é um
dos grandes escritores europeus do século XX. A sua obra foi galardoada com os
prémios literários Veillon, Strega, Campiello, Viareggio e Nelly Sachs. Os seus
livros mais importantes estão reunidos nos dois volumes de Il romanzo di Ferrara, do qual fazem parte O Jardim dos Finzi-Contini e Os
Óculos de Ouro, ambos publicados pela Quetzal.
Além de escritor, Bassani foi
editor da mítica Feltrinelli, onde publicou nomes como Giuseppe Tomasi di
Lampedusa. Segundo o jornal The Guardian, «Giorgio Bassani é uma das grandes
testemunhas do século [XX] e um dos seus maiores artistas.»
Nas livrarias a 18 de Janeiro
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