sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Felicidade de Kati, de Jane Vejjajiva - Opinião

A Felicidade de Kati, de Jane Vejjajiva

Esta é a história de uma menina tailandesa de nove anos que nunca conheceu o pai e cuja mãe sofre de uma doença sem cura. Kati vive com os avós e não vê a mãe há cerca de cinco anos. No final da vida, a mãe chama-a para o último adeus e o seu amor materno incentiva Kati a tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida. A Felicidade de Kati é uma história que nos fala, de forma dócil e optimista em grandes valores, tais como a vida, a morte, o amor e o destino. Uma narrativa poética sobre a importância de aceitar aquilo que não podemos mudar.

Sabem aquelas alturas em que não sabemos o que nos apetece ler? Em que corremos as estantes com os olhos e vemos as possibilidades mas parece que nenhuma nos chama?
Eu andava assim. E, pelo canto do olho, um livro sorriu-me. Um pequeno livro que na capa tem uma árvore que solta corações.
E dei-lhe uma chance.
E foi a melhor decisão que tomei!
A Felicidade de Kati é um pequeno livro com uma grande história. A sua escrita doce e fluída faz-me lembrar livros de crianças. Talvez porque a história é contada do ponto de vista de Kati, uma menina de nove anos, e por isso é descrita de maneira simples, da maneira que as crianças falam e compreendem.
Kati é uma criança tailandesa que vive com os avós. Em pequenos capítulos vai descrevendo o seu dia-a-dia. A escola, a comida que a avó faz, as conversas com o avô, a visita diária dos monges que vêm buscar as oferendas. Compreendemos que Kati nas suas descrições não fala do que mais a inquieta: onde está a mãe?
Kati recebe dos avós todo o amor, mas falta a mãe. E aos poucos percebemos que os avós não são gente do campo. Percebemos que existe uma história por trás. E essa história chega com notícias da mãe.
E Kati viaja em busca da mãe, em busca de parte da sua história perdida. E com isso tem de tomar decisões que lhe afectarão da vida. Caminhos que terá de escolher.
Tudo isto numa linguagem fluída, simples, quase poética, e ao mesmo tempo com pinceladas da inocência de uma criança.
Um livro que recomendo. Que se lê de um sopro e que nos deixa com uma lágrima no olho e ao mesmo tempo um sorriso nos lábios.

Uma agradável surpresa!