sábado, 15 de outubro de 2016

O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs - Opinião

O Lar Da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs

Uma ilha misteriosa. Uma casa abandonada. Uma estranha coleção de fotografias peculiares. Uma terrível tragédia familiar leva Jacob, um jovem de dezasseis anos, a uma ilha remota na costa do País de Gales, onde encontra as ruínas do lar para crianças peculiares, criado pela senhora Peregrine. Ao explorar os quartos e corredores abandonados, apercebe-se de que as crianças do lar eram mais do que apenas peculiares; podiam também ser perigosas. É possível que tivessem sido mantidas enclausuradas numa ilha quase deserta por um bom motivo. E, por incrível que pareça, podem ainda estar vivas…
Um romance arrepiante, ilustrado com fantasmagóricas fotografias vintage, que fará as delícias de adultos, jovens e todos aqueles que apreciam o suspense.

Ando numa altura complicada de leituras, como se pode notar pelo andamento do blogue. Infelizmente não consigo encontrar livros que me “preencham” o que me levou a reler alguns livros que me marcaram e que sempre foram uma aposta segura.
Ando tão afastada das leituras que quando me perguntaram que livro queria para prenda de anos não soube responder. Eu que sempre tive uma lista enorme de livros que queria ler ou comprar vi-me sem vontade de nada de novo…
O que me vale é que tenho uma irmã (podem visitá-la aqui) que me conhece como ninguém e que mesmo sem saber o que eu queria acertou, como sempre.
Este foi o livro que me deu. Realmente andava com curiosidade por causa do filme, que ainda não vi. Mas lembrava-me que o livro já tinha saído há mais tempo. Que me despertou curiosidade na altura mas passou, remeti-o para um canto da mente. Fiz mal… muito mal…
O que dizer deste livro? Que o devorei. É viciante. Agarramos nele e temos de nos obrigar a parar de ler. Porque a desculpa de “só mais um capítulo” aqui leva-nos a ler o livro de uma assentada.
Conhecemos Jacob ainda criança a ouvir as histórias que o avô contava. Histórias de crianças diferentes, com alguns poderes, de uma ilha mágica, de um orfanato que os protegia de monstros horríveis. Histórias essas auxiliadas por fotos, que vêm no livro, e que mostram essas crianças peculiares.
Mas depois começamos a perceber, como Jacob, que as histórias se calhar não são bem assim. Que talvez o avô as tenha inventado como escape da sua própria história de horror (uma criança judia num mundo nazi).
O melhor desta história? As reviravoltas. São tantas. Numa página estamos a acreditar nas histórias do avô, na outra achamos que afinal são inventadas, e na outra a seguir já acreditamos em tudo outra vez. São essas reviravoltas que tornam o livro viciante e a leitura fluída, sem nos deixar espaço para respirar.
As personagens são muito interessantes. O pai de Jacob é uma personagem que, para mim, poderia ser mais explorada. As crianças peculiares são personagens riquíssimas, cada uma com o seu poder peculiar, com a sua forma de pensamento, com as suas ideias próprias.
Para mim um único senão. O “mau” da história é demasiado óbvio desde o início da história. Não nos dá aquele impacto de “ohhh… mas é ele?”. A partir do momento em que Jacob decidiu ir para a ilha tornou-se óbvio quem os andava a perseguir.
Fora isso é uma leitura excepcional. Muito envolvente, muito fluída. As fotos auxiliam a criar as personagens.
Recomendo.

Agora estou bastante curiosa com o filme. E não só… porque no final descobrimos que afinal isto é uma série com já 3 livros publicados (dois deles à venda em Portugal). Resta-me por isso aguardar pelas próximas aventuras destas crianças.