terça-feira, 29 de maio de 2012

Novidade Oficina do Livro


O Legado de Nhô Filili, de Luís Urgais

Filho de minhotos, João Bento Rodrigues – que ficaria conhecido por Filili – nasceu na ilha do Fogo no ano da abolição da escravatura. O decreto não bastou, porém, para que se extinguisse o tráfico, até porque os negreiros tinham a cumplicidade das autoridades; e foi assim que Maguika, capturada nas matas da Guiné, se tornou propriedade de Nhô Filili, trazida por um negociante desejoso de, com presentes, o conquistar para genro.
Tendo por cenário o arquipélago de Cabo Verde entre a segunda metade do século xix e a primeira do século xx, O Legado de Nhô Filili é o retrato de uma África bela e sedutora, mas também dura e miserável, e bem assim uma metáfora da história da mestiçagem biológica e cultural e da génese dos movimentos pela independência das Colónias.

Nas Livrarias a 18 de Junho

Novidades Casa das Letras para Junho



Uma Mulher Invulgar, de Janny Scott

Barack Obama escreveu extensamente sobre o pai que o deixou, mas pouco se sabe acerca da mulher que, mais do que ninguém, moldou a criança que haveria de se tornar Presidente dos Estados Unidos. Agora, em Uma Mulher Invulgar, Janny Scott, jornalista premiada do New York Times, conta a história de Stanley Ann Dunham, a quem o Presidente Obama atribui, segundo diz, «o que de melhor há em mim».
Uma Mulher Invulgar é um olhar profundo e inspirado sobre como se molda uma personalidade. É igualmente a história de uma mulher à frente do seu tempo, cuja morte aos cinquenta e dois anos, quando Obama se estava a lançar na sua primeira campanha para um cargo público, a impediu de ver o filho chegar à Presidência dos Estados Unidos.

Nas Livrarias a 11 de Junho


Verão Quente, de Domingos Amaral

Em 1975, no auge do Verão Quente, com Portugal à beira de uma guerra civil, Julieta é encontrada inanimada e cega, depois de cair pela escada, na sua casa de família na Arrábida. E, num dos quartos do primeiro andar, são descobertos, já mortos, o seu marido, Miguel, e a sua irmã, Madalena. Seminus e ambos atingidos com duas balas junto ao coração, as suas mortes levam o tribunal a condenar Julieta pelo duplo homicídio.
Vinte e oito anos depois, em 2003, a cegueira traumática de Julieta desaparece e ela volta a ver. Começa também a recordar-se de muitos pormenores daquela tarde trágica em que aconteceu o crime, e em conjunto com Redonda, a sua bonita filha, e o narrador da história, vão tentar reconstituir e desvendar o terrível segredo da Arrábida, que destruiu aquela família para sempre.

Nas Livrarias a 18 de Junho

 
A História do Século XX em 50 Frases, de Helge Hesse

Algumas frases conseguiram ilustrar e sintetizar na perfeição os grandes momentos da Humanidade. A Segunda Guerra Mundial, as origens do feminismo e a entrada em cena dos Beatles são alguns dos marcos históricos, sociais e culturais que deram lugar a tão pertinentes expressões. Cada uma delas, acompanhada de uma descrição sobre o episódio em que foi concebida e sobre a personalidade dos seus protagonistas e autores, constitui um elo desta original História do Século XX em 50 Frases.

Nas Livrarias a 30 de Junho


Novidades D. Quixote para Junho


Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado

No ano em que se assinala o centenário do nascimento de Jorge Amado, a Dom Quixote reedita aquele que é, porventura, o seu livro mais emblemático. Gabriela, Cravo e Canela é mais do que a história de amor do árabe Nacib e da sertaneja Gabriela. É a crónica de uma pequena cidade baiana, Ilhéus, quando passava por bruscas transformações, por volta do ano de 1925. A riqueza trazida pelo cacau possibilitara o desenvolvimento urbanístico e o progresso económico, transformando profundamente a fisionomia da cidade.
Publicado em 1958, Gabriela, Cravo e Canela recebeu no ano seguinte os prémios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro.

Nas Livrarias a 11 de Junho


Flores Caídas no Jardim do Mal (Primavera), de Mons Kallentoft

O sol primaveril brilha em Linköping, no centro da Suécia, e aquece os poucos habitantes, ainda pálidos da escuridão de um inverno prolongado, que ousaram sair para tomar café nas esplanadas da cidade. Uma mulher passeia com as duas filhas pela Praça Grande da cidade e dirige-se à caixa automática de um banco para levantar dinheiro. E, subitamente, há um som aterrador que atravessa a cidade e faz estremecer as construções mais sólidas e os corações mais endurecidos. Momentos depois, Malin chega à praça e a visão que a atinge dificilmente poderá ser apagada…

Nas Livrarias a 11 de Junho


Escutando o Rumor da Vida seguido de Solidões em Brasa, de Urbano Tavares Rodrigues

Escutando o Rumor da Vida, como o próprio título o diz, é uma tentativa de visão global do mundo em que vivemos, mas inteiramente diferente das obras convencionais realistas e naturalistas. Bem pelo contrário, aqui reinam a excentricidade, a loucura, o humor e até o absurdo tornado real, desde a conversão do belo tenebroso Olímpio no herói da generosidade e do amor, à excentricidade erótica de Teresa Cordovil…
Já na novela Solidões em Brasa pode parecer mais natural a inquietação de Vítor Córdova, que procura no amor e no sexo, na viagem e nos seus pequenos delírios um sentido para a vida, que afinal não encontra, bem como Maria Lucília Rodrigues, pintora que acaba por se suicidar, desesperando de achar a harmonia, a verdade que perseguiu.

Nas Livrarias a 18 de Junho


Uma Manhã Perdida, de Gabriela Adamesteanu

Numa manhã fria de inverno, Vica Delcă, uma mulher de setenta anos a quem o regime comunista fechou a loja e que vive com dificuldades, caminha sozinha pelas ruas de Bucareste. A sua intenção é visitar a irmã e, de seguida, dirigir-se à mansão da sua antiga patroa em busca de um donativo mensal, mas também para conversar um pouco e lembrar os velhos tempos.
Uma Manhã Perdida é um magistral romance polifónico que, alternando entre o solene e o cómico, a ternura e o humor, nos relata a saga de uma família romena durante cem anos e, a partir desta, de todo um povo. Publicado em 1983, este é o romance que catapultou Gabriela Adameşteanu para a primeira linha dos escritores romenos.
Gabriela Adamesteanu estará em Lisboa, de 1 a 5 de Julho, para promover este romance.

Nas Livrarias a 25 de Junho


O Som e a Fúria, William Faulkner

O Som e a Fúria é a história da tragédia da família Compson, apresentando algumas das personagens mais memoráveis da literatura: a bela e rebelde Caddy; Benjy, o filho varão; o assombrado e neurótico Quentin; Jason, o cínico brutal; e Dilsey, o criado negro. Com as suas vidas fragmentadas e atormentadas pela história e pela herança, as suas vozes e acções enredam-se para criar o que é, sem dúvida, a obra-prima de Faulkner, e um dos maiores romances do século XX.
Esta edição, que assinala os 50 anos desde a morte do autor, conta com um prefácio de António Lobo Antunes.

Nas Livrarias a 30 de Junho

Mil Noites de Paixão - Opinião


Mil Noites de Paixão, de Madeline Hunter

Ian de Guilford é um sedutor implacável. Lady Reyna é uma mulher pura e íntegra. Juntos, são como a água e o vinho, o ódio e a paixão…

Eles não têm absolutamente nada em comum. Lady Reyna é uma mulher virtuosa e erudita, que preferia morrer a quebrar uma promessa ou voto. Ian de Guilford é um sensual mercenário, um cavaleiro errante cujo temperamento fogoso lhe valeu a alcunha de Senhor das Mil Noites. Ela não conhecia a sua fama quando, fazendo-se passar por cortesã, transpôs as linhas inimigas com um plano desesperado para salvar o seu povo. Agora que está frente a frente com o guerreiro a cujos encantos, diz-se, é impossível resistir, Reyna apercebe-se de que subestimou o seu inimigo. Ele está decidido a tudo para subjugar a sua virtude. A bem do seu povo, ela não pode ceder... e a sua audácia leva-a a fazer algo com que nunca sonhou: pôr em jogo o seu coração.

Este livrinho chegou até às minhas mãos por gentileza das Edições Asa. Descobri Madeline Hunter há relativamente pouco tempo e tenho andado a meter a leitura em dia. Gosto da escrita dela por ser algo leve, fácil de intercalar com livros mais “pesados” e pelos pormenores históricos que conta. Muito romance apimentado à mistura… mas agora está na moda.
A história de Mil Noites de Paixão é bastante apelativa. Remete-nos a uma Inglaterra em guerra com a Escócia, antes da unificação. As guerras entre clãs eram conhecidas. Mas quando esses clãs eram ingleses e escoceses então a guerra era ainda mais feroz. Era a identidade de um povo que se apresentava na querela.
Reyna é-nos apresentada enquanto tenta levar a cabo o plano de se sacrificar pelo bem do seu povo. Por esse povo faz-se passar por cortesã na tentativa de seduzir e matar o inimigo. Mas encontra no seu caminho Ian. Habituado às mulheres, depressa percebe que Reyna não é o que aparenta ser. E com ela consegue o seu intento e conquistar o castelo.
A partir daqui vê-se envolvido numa teia de segredos, conspirações, lutas armadas e lutas amorosas. Terá de pensar bem em quem pode confiar e terá de avaliar se Reyna merece a confiança que lhe deposita. Reyna… a mulher bela e erudita que esconde um segredo que prefere levar para a cova a desvendá-lo.
Aos poucos, enquanto nos vamos habituando à calidez da prosa e dos acontecimentos, começamos a inquirir-nos que segredos são estes. E tentamos desvendá-los antes de Ian.
Gostei particularmente da personagem de Reyna. Alguém fiel aos seus pensamentos, incapaz de trair quem amou, e de lutar por quem ama. Parece uma personagem bastante linear no início mas aos poucos descobrimos que não o é. Aos poucos revela as suas complexidades.
Um bom livro para as meninas, são raros os homens que gostam deste tipo de livros. Bom para levar ao parque nestas belas tardes de primavera ou para a praia quando começar o verão. É uma leitura leve e rápida e que recomendo a quem queira passar umas horinhas sem pensar no trabalho ou nos problemas.