terça-feira, 25 de março de 2014

Entrega Total, de Cheryl Holt - Opinião

Entrega Total, de Cheryl Holt
Quinta Essência

Com os últimos bens perdidos ao jogo pelo seu dissoluto irmão, Lady Sarah Compton viajou até uma festa numa casa de campo para desfrutar de um derradeiro momento de graciosidade e de beleza. Contudo, ignora que a ocasião é igualmente um famoso evento, em que membros da aristocracia podem realizar todas as suas fantasias sensuais e caprichos eróticos. Tão-pouco se apercebe de que o homem maravilhoso que entrou furtivamente no seu quarto é nem mais nem menos do que Michael Stevens, um libertino que dá e recebe ousadamente prazer...

Filho bastardo de um conde, Michael Stevens usufrui da sua reputação como o mais famoso sedutor de Londres. Contudo, não faz ideia de como atuar perante a beleza ruiva que quase confundira com uma nova conquista, nem de como uma ingénua poderia ter sido convidada para uma reunião onde a entediada elite de Londres satisfaz os seus desejos carnais. Quando Lady Sarah Compton recusa seguir o aviso de Michael - o de abandonar a casa para seu bem - nasce uma forte atração e ele anseia por ser o seu tutor na arte da paixão…

Após uma cirurgia e com os efeitos ainda da anestesia a baralharem os neurónios a cabeça não permite livros “pesados” ou que nos façam pensar em demasia. Sendo assim Entrega Total, de Cheryl Holt, é o livro ideal. Leve, não obriga a pensar e não obriga a prestar demasiada atenção para conseguir seguir a história.

A autora apresenta-nos um desses romances tórridos e quase pornográficos que andam na moda. Sim, não utilizo a expressão que costumo usar de “pseudo-eróticos” porque neste caso a história passa bem essa fronteira.

Lady Sarah é uma jovem solteirona (com apenas 25 anos mas sendo um livro de época é considerada solteirona) a braços com uma herança perdida, uma casa arruinada e um irmão viciado no jogo que perde até a roupa que têm no corpo. Segue o conselho do irmão e vai até à casa de campo de uma amiga para descansar. No entanto, as intenções do irmão são arranjar-lhe um marido à força que lhe pague as dívidas. E consciente disso não a avisa que a casa de campo da amiga é na verdade um local onde se desenrola uma festa libertina em que os membros da aristocracia cedem às suas fantasias e caprichos eróticos. Nessa casa conhece Michael Stevens que é compelido a um sentimento de protecção para com a rapariga e se torna seu professor nas artes do quarto.

Com uma base destas não podemos esperar muito mais do livro. Espantou-me a personagem de Sarah não ser retratada como inocente, afectada, insolente ou mimada. Pelo contrário, é uma personagem de carácter forte (o que se confirma no final).

O livro praticamente todo consiste nas descrições das “aulas” que Michael dá a Sarah. Por isso compreendem quando digo que não é necessária grande atenção para conseguir seguir a história.

O final é o esperado, sem grandes surpresas, o que torna este livro uma leitura óptima para dias de praia, dias de férias, para quem não quer algo muito complicado ou simplesmente só quer conhecer mais alguma coisa da autora.