terça-feira, 9 de outubro de 2018

Outlander - Nas Asas do Tempo, de Diana Gabaldon - Opinião

Outlander – Nas Asas do Tempo, de Diana Gabaldon 
Casa das Letras 


Claire leva uma vida dupla. Tem um marido num século e um amante noutro… Em 1945, Claire Randall, ex-enfermeira do Exército, regressa da guerra e está com o marido numa segunda lua-de-mel quando inocentemente toca num rochedo de um antigo círculo de pedras. De súbito, é transportada para o ano de 1743, para o centro de uma escaramuça entre ingleses e escoceses. Confundida com uma prostituta pelo capitão inglês Black Jack Randall, um antepassado e sósia do seu marido, é a seguir sequestrada pelo poderoso clã MacKenzie. Estes julgam-na espia ou feiticeira, mas com a sua experiência em enfermagem, Claire passa por curandeira e ganha o respeito dos guerreiros. No entanto, como corre perigo de vida a solução é tornar-se membro do clã, casando com o guerreiro Jamie Fraser, que lhe demonstra uma paixão tão avassaladora e um amor tão absoluto que Claire se sente dividida entre a fidelidade e o desejo... e entre dois homens completamente diferentes em duas vidas irreconciliáveis. Vive-se um período excepcionalmente conturbado nas Terras Altas da Escócia, que culminará com a quase extinção dos clãs na batalha de Culloden, entre ingleses e escoceses. Catapultada para um mundo de intrigas e espiões que pode pôr em risco a sua vida, uma pergunta insistente martela os pensamentos de Claire: O que fazer quando se conhece o futuro? Um misto de ficção romântica e histórica, Outlander - Nas Asas do Tempo já foi publicado em 24 países. 


Andava aos anos curiosa com esta série de TV. Mas, como sempre, queria ler primeiro os livros. Tive a sorte de ter alguém que entretanto decidiu comprar a colecção e que me emprestou este livrinho. No entanto, não resisti ao bichinho da curiosidade e vi 3 episódios antes de começar a ler. 
A leitura agarrou-me logo ao início. Até porque já tinha termo de comparação com os primeiros episódios. A ideia de um círculo de pedras ancestral funcionar como portal é bastante interessante e parece uma boa premissa para uma história cativante. Principalmente se formos apaixonados pelas paisagens escocesas. Ressalvo, no entanto, que ao contrário do normal acho a passagem pelas pedras muito mais gira na série do que no livro. Já que na série acaba por lhe dar um background mais interessante ao mudar o dia em que Claire faz a passagem. 
Iniciamos o livro ao conhecer Claire e o marido Frank, em 1945. Separados pela guerra tentam numa segunda lua-de-mel recuperar o tempo perdido e conhecerem-se melhor um ao outro. Assim que se faz a passagem nas pedras Claire vê-se numa realidade completamente diferente da sua. Uma realidade que só conhecia dos livros de história. No meio de uma guerra entre ingleses e escoceses Claire tenta manter-se viva. Para isso recorre aos seus conhecimentos de enfermeira. Mas nem sempre esses conhecimentos são bem-vindos. Numa época em que o desconhecido é apelidado de bruxaria Claire vê-se a braços com uns quantos problemas. 
Decidida a tentar encontrar o caminho de casa vai ter de desistir para salvar a sua própria vida casando com Jamie. E a partir daqui a mulher perseguida como bruxa e o homem foragido à milícia inglesa têm de aliar esforços para conseguir sobreviver aos ingleses, especialmente ao antepassado do seu marido Frank.
Confuso? 
Nem por isso. A leitura é bem leve e fácil. Nada complicada. Ali para o meio, é um livro bem grande, fez-me perder um pouco o interesse já que parece que nunca mais têm paz. Mas no final agarrou-me novamente às linhas e palavras finais. De tal maneira que ficamos com o casal na mente ainda uns dias após o término da leitura. 
Para mim foi a leitura de verão, nos dias de sol na praia. Mas serve também como leitura de inverno, nas noites frias à lareira. 
Recomendo para quem acompanhou a série e queira ver as diferenças ou os acontecimentos mais explicados. Recomendo para quem nunca ouviu falar mas gosta de aventuras.

terça-feira, 5 de junho de 2018

Noite Sobre as Águas, de Ken Follett - Opinião


Noite Sobre as Águas, de Ken Follett

Southampton, Inglaterra, Setembro de 1939. A guerra estala na Europa. O Clipper da Pan American - o fabuloso e mais luxuoso hidroavião de sempre - faz o seu último voo em direcção aos Estados Unidos da América.

A bordo, encontram-se um aristocrata inglês, fascista assumido, e a sua família, uma princesa russa, um casal de amantes, um jovem bem-parecido, muito interessado no que não lhe pertence, artistas, homens de negócios e várias outras personagens que fogem do conflito armado e do seu próprio passado, para empreenderem uma travessia arriscada do Atlântico que lhes reserva uma tempestade de violência, intriga e traição.

Um thriller inesquecível de altíssima tensão, paixão, humor e suspense do mestre indiscutível deste género literário.

Foi a minha primeira experiência de Ken Follett. Ouvia falar dele, tanto bem como mal, graças aos famosos Pilares da Terra. Mas nunca tinha lido nada do autor. Sugeriram-me esta leitura numa altura que tem sido complicada para encontrar livros que me encantem.
A escrita é bastante apelativa e suave. Não se torna enfadonha. As personagens bem estruturadas e interessantes.
Follett apresenta-nos uma Inglaterra no início da guerra. E a maneira como essa guerra influencia o país e as pessoas. Ao mesmo tempo conta-nos histórias de diversas personagens. Personagens que diferem muito entre si. E que, devido à guerra, acabam por se cruzar a bordo de um hidroavião.
Gostei da maneira como cada personagem, e sua respectiva história, é apresentada de cada vez, uma a uma. Afinal são histórias de vida diferentes. Motivos diferentes que os fazem embarcar no hidroavião.
Das personagens realço a Margaret que gostei muito de ver crescer enquanto personagem e mulher; Harry, o ladrão com classe; e Nancy, a mulher poderosa que se vê numa emboscada familiar.
Temos aqui quase um policial que nos faz ler atentamente a tentar juntar todas as pontas soltas para percebermos a história.
Paralelamente a própria história do hidroavião torna o livro muito interessante.
Para mim um único senão: um final demasiado rápido e brusco. Para aquilo que estava à espera não houve um desenvolvimento das personagens para além do Clipper. Tive pena disso. Havia personagens que gostaria de saber melhor como se deram em terras americanas.
No geral, uma boa leitura, muito interessante, cativante e que vale a pena.
Recomendo.