terça-feira, 27 de março de 2012

Bel-Ami, Opinião


Bel-Ami, de Guy de Maupassant
Várias Editoras

Georges Duroy, de alcunha Bel-Ami, é um homem jovem e de belo físico. Um encontro ocasional mostra-lhe o caminho da ascensão social. Apesar da sua vulgaridade e ignorância, consegue integrar a alta sociedade apoiando-se nas amantes e no jornalismo.
Cinco mulheres vão sucessivamente iniciá-lo nos mistérios da profissão, nos segredos da vida mundana e assegurar-lhe o êxito ambicionado. Nesta sociedade parisiense, em plena expansão capitalista e colonial, a Imprensa, a política e a finança estão estreitamente ligadas. E as mulheres educam, aconselham e manobram na sombra.
Mas, por trás das combinações políticas e financeiras e do erotismo interesseiro, está a angústia que até um homem como Bel-Ami transporta consigo.


Este livro chega-me às mãos através do Bookcrossing e por pedido. Aquando da saída para cinema da última adaptação deste livro (última porque são já várias) procurei-o por curiosidade e chamou-me a atenção. Como sempre quis ler o livro antes de ver o filme.
Nunca tinha lido nada do autor, confesso. Nem nunca tinha ouvido opiniões, boas ou más, acerca do livro.
Foi bastante entusiasmada que o comecei a ler.
Georges Duroy apresenta-se como um jovem que após o exército foi para Paris em busca de dinheiro e ascensão social. Quando pouco dinheiro lhe resta no bolso encontra casualmente Foristier, um amigo do exército, que leva uma vida bem mais endinheirada. Com promessas de o introduzir no jornal onde trabalha leva Duroy a jantar a sua casa e, aqui, o apresenta ao mundo e à sociedade.
O que sucede a partir deste jantar é a descrição dos costumes de Paris do século XIX. A forma como as recatadas esposas “construíam” as carreiras dos seus maridos, como a figura do amante e da amante era comum e de como a maneira de ascender socialmente era proporcionada pelas esposas e não pelos maridos.
Duroy chega a dar pena. A sua ambição pelo poder, pelo estrato social, leva-o a depender de vários. Não consegue fazer durar o dinheiro por muito tempo no bolso e torna-se um sedutor compulsivo para subir na sociedade.
Confesso que o livro tornou-se, a dada altura, um pouco enfadonho. É um clássico que deve ser apreciado como tal, com calma e cuidado. Deve ser procurado na altura certa e lido com uma abertura de espírito que eu não tinha nesta altura.
Assim, recomendo-o a quem quiser saber um pouco mais dos costumes já que se torna um excelente retrato e para quem quiser conhecer mais um clássico. Um conselho: não se guiem pelo filme.

2 comentários:

  1. Não tinha ouvido falar, sequer. As mulheres sempre governaram o mundo, os homens é que ainda não se deram conta, hehe.
    Beijo

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  2. Já tinha ouvido falar pois a Book It (a livraria da Sonae)tem nas sua colecção este livro. Mas o interesse veio mais depois de ver o trailer do filme. O trailer pareceu-me engraçado e, como sempre, quis ler o livro primeiro.
    Ainda não vi o filme mas digo, sinceramente, que agora acho um pouco estranho como é que fizeram um filme do livro, lol...

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