segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Entre o Céu e a Terra - Opinião



Entre o Céu e a Terra, de Nora Roberts
Trilogia das Três Irmãs, vol. 2

A jovem Ripley Todd quer apenas levar uma vida tranquila na acolhedora Ilha das Três Irmãs. O seu trabalho como ajudante de xerife mantém-na ocupada e feliz e, quando lhe apetece estar com alguém, não tem dificuldade em encontrar um parceiro... apesar de isso estar a acontecer cada vez menos vezes. Satisfeita com a vida que leva, Ripley só tem um problema na vida: os poderes especiais que possui e que a atemorizam e confundem. E por mais que os tente esconder, não consegue mantê-los sob controle. É então que surge o cativante Mac Booke, um pesquisador do sobrenatural que chega à ilha para investigar os rumores da feitiçaria local. Rapidamente ele se apercebe que existe algo extraordinário em Ripley. E não são apenas os seus fulgurantes olhos verdes ou o seu sorriso irónico. Há algo mais. Algo que ele é capaz de ver mas que ela é incapaz de admitir. Fascinado pela luta interna dela com as suas próprias habilidades, Mac está determinado a ajudá-la a aceitar quem é... e a encontrar a coragem para abrir o seu coração. Mas antes que Ripley e Mac possam sonhar com o que o futuro reserva, têm que enfrentar os demónios do passado. Pois a Ilha das Três Irmãs guarda séculos de segredos e possui um legado de perigos que ainda a assombra...

Alguns de vós já sabem que gosto dos livros de Nora Roberts. E, principalmente, que não resisto a uma trilogia dela. Normalmente nas trilogias a autora consegue uma escrita mais fluída e cativante. Além de que as personagens são mais desenvolvidas e os ambientes mais interessantes. Apercebi-me disso logo pela Trilogia da Herança, a primeira que li, e fiquei completamente rendida à Trilogia Irlandesa. Ambas descreviam uma Irlanda apaixonante (principalmente quando a leitora já é apaixonada pela Irlanda e pelas suas lendas). Contudo, todos me aconselhavam a Trilogia das Três Irmãs. Todos me afirmavam que eu iria adorar.
E é verdade.
Tal como as restantes trilogias também esta se centra em três mulheres. Embora não seja passada na Irlanda traz a sua magia na mesma até nós. E é com os julgamentos das bruxas em Salem que começa a nossa história.
No primeiro livro conhecemos Nell. Nell fugiu para a pequena ilha das Três Irmãs sem saber que lá iria descobrir o seu destino. Lá encontrou as suas “verdadeiras” irmãs. É que Nell, Ripley e Mia são descendentes das três irmãs originais. As que fugiram de Salem e criaram a ilha com um encantamento que a separou do resto do Continente. Porém, cada uma delas traz em si o passado da irmã “original”. Nell trazia o medo e a dor daquela que se chamava Ar.
No segundo livro da Trilogia conhecemos melhor a história de Ripley. Após a noite em que para salvar Nell ela teve de fazer ressurgir a magia que sempre tentou negar, Ripley quer apenas voltar à sua vida normal. E, principalmente, esquecer de vez uma magia que não quer nem sabe controlar. Mas o destino quer fazer cumprir o encanto das três irmãs originais.
Na ilha aparece Mac Booke, um pesquisador do sobrenatural que quer entender o que se passou naquela noite. Com maquinetas e gravadores quer entrevistar as três intervenientes e perceber o que aconteceu e até que ponto a magia de que todos falam é verdadeira. De Nell e Mia recebe todo o apoio. Mas Ripley recusa-se a colaborar. Até ao momento em que percebe que Mac tem algo mais a oferecer do que um estudo cientifico. Ele pode muito bem ser o homem que lhe está destinado. E Ripley permite-se, pela primeira vez, apaixonar por alguém.
Contudo o destino move-se ao mesmo tempo. E traz à ilha Harding, um jornalista movido pelo dinheiro. Harding pode colocar em perigo os delicados fios que unem as personagens. A magia é novamente necessária e será Ripley, a descendente daquela a quem chamavam Terra, a chave para que todos possam sobreviver.
O tema só por si já me encanta. Lembro-me que o primeiro livro me conquistou simplesmente com a primeira frase, uma oração à Deusa. A história das Três Irmãs e de como as suas descendentes têm de lidar com o destino faz parte do meu imaginário desde sempre. Os rituais que Mia faz, as preces, os amuletos, fazem quase parte do meu dia a dia. Por isso esta trilogia tinha tudo para me encantar.
Ao contrário de Nell, que foge de um ambiente de violência doméstica, Ripley tem uma vida calma. Polícia da ilha, como o irmão, apenas se aborrece com as constantes lembranças de que também ela possui o Poder. Confrontada com Mac todos os seus demónios vêm ao de cima. É obrigada a pensar naquilo que sempre quis esconder. E pior, é obrigada a usá-lo para os salvar. A personagem de Ripley é bastante interessante. E a “luta” constante contra Mac e contra o seu próprio coração faz-nos soltar algumas gargalhadas. A história segue o normal caminho de quem já está habituado a estes livros de Nora Roberts. Por isso é perfeitamente normal e aceitável quando chegamos à última página e queremos ir a correr ler o próximo livro da trilogia.
A não perder para fãs da autora, para fãs do tema e também um bom começo para quem não conhece e quer ser apresentado à escrita de Nora Roberts.

2 comentários:

  1. Parece impossível que ainda não li nada dela. É verdade que já me passou a fase dos livros mágicos, etc e tal. Mas a tua crítica despertou o interesse.

    Beijinhos, mil

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    1. Para ti minha querida recomendava começares pela Trilogia da Herança. Algo mais real mas que retrata uma Irlanda fantástica cheia de lendas.
      Beijo enorme!

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