quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Beijo Encantado - Opinião

O Beijo Encantado, de Eloisa James
Quinta Essência

Forçada pela madrasta a ir a um baile, Kate conhece um príncipe… e decide que ele é tudo menos encantado. Segue-se um esgrimir de vontades, mas ambos sabem que a atracão irresistível que sentem um pelo outro não os levará a lado nenhum. Gabriel está prometido a outra mulher – uma princesa que o ajudará a alcançar as suas ambições implacáveis.
Gabriel gosta da noiva, o que é uma surpresa agradável, mas não a ama. Obviamente, deve cortejar a sua futura princesa, e não a beldade espirituosa e pobre que se recusa a mostrar-se embevecida.
Apesar das madrinhas e dos sapatinhos de cristal, este é um conto de fadas em que o destino conspira para destruir qualquer oportunidade de Kate e Gabriel poderem ser felizes para sempre.
A menos que um príncipe abdique de tudo o que o torna nobre…
A menos que o dote de um coração indisciplinado triunfe sobre uma fortuna…
A menos que um beijo encantado ao bater da meia-noite mude tudo.

Eloisa James apresenta-nos Kate, a eterna cinderela. Vitima da madrasta Mariana e da meia irmã Victoria, Kate transforma-se na governanta da sua própria casa após a morte do pai. A madrasta tem a mania que não necessita de muita gente à sua volta pelo que vai despedindo o pessoal. É Kate que tem de arregaçar as mangas e manter os terrenos e a casa a funcionar zelando por todos os inquilinos.
Mas a sua vida está prestes a mudar.
Devido às “ratazanas” Victoria não pode comparecer ao baile do príncipe onde iria receber a bênção para o seu casamento com Algie. Mas a futura sogra não deixa o filho casar sem essa bênção do tio afastado. E assim, descobrindo segredos atrás de segredos, Kate é enviada no lugar de Victoria para que se faça passar pela meia-irmã e consiga assim obter a bênção que a permitirá casar.
Tudo corre bem até conhecer Gabriel, o príncipe.
Todos crescemos com a história da Cinderela. E principalmente com a versão da Disney. E, enquanto crianças, todas esperámos pela oportunidade de ir ao baile e que a nossa fada madrinha aparecesse e nos transformasse numa linda princesa.
A autora conta a história de cinderela. Mas não a cinderela dos contos de fadas e sim a cinderela mulher. A cinderela que não quis ficar presa na torre à espera de um príncipe mas que ao invés decidiu lutar por ele, sem fadas madrinhas, varinhas de condão e abóboras gigantescas.
Adorei o livro. Li-o de uma assentada enquanto ouvia a chuva lá fora. A autora conseguiu transportar-me para aquele conto, para aquela Inglaterra rural, para aquele castelo. Consegue transmitir-nos as correntes de ar do palácio, a música do baile e a água fria do lago.
Kate é uma boa heroína, uma boa personagem. Não uma coitadinha que espera pela sorte para ser alguém. É forte e destemida. Sabe o que quer. E compreende quando não o pode ter. É irónica e nada submissa rompendo com as regras básicas de convivência daqueles tempos.
Gabriel é um príncipe descrito como um deus belo e poderoso mas com o coração de um homem. Um homem que põe a família e as suas responsabilidades acima de tudo, inclusive dele próprio e do seu coração.
O que mais gostei no livro? Os seus diálogos, o jogo de sedução entre Gabriel e Kate. A ironia mordaz de Kate perante alguém convencido que é um Deus e que tem todas as mulheres aos seus pés.
Tinha bastantes expectativas para este livro e não ficou nada aquém. É bastante fluído e nada monótono. Faz com que não o queiramos largar. A linguagem é bastante acessível e as partes eróticas tornam-no mais picante.
Um conjunto muito favorável que recomendo vivamente a quem gosta do género e não só.
A ideia final? Que gostaria de ler outros clássicos contos de fadas reescritos por esta autora. Fica a sugestão.

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