Merlim,
de Michel Rio
“Tenho
cem anos. Um século é uma eternidade para se viver, um pensamento fugidio em
que tudo, os começos, a consciência, a invenção e o fracasso, se mistura numa
experiência sem tempo. Trago em mim o luto de um mundo e de todos aqueles que o
povoaram. Sou o único sobrevivente desse mundo. Até Deus está a morrer e Satã
não está melhor…
…Tenho
cem anos. Sou no sonho de Morgana e habito, solitário, um planeta errante que
em vão se aquece nos raios de um centro sem vida e sem motivo.
E
Morgana é no meu sonho…”
Merlim é o primeiro livro de uma
trilogia assinada por Michel Rio. Os volumes seguintes são Morgana e Artur.
Como o nome indica é mais uma
visita ao reino de Camelot e à vida destas personagens intemporais.
Em Merlim conhecemos mais um pouco
a vida do mago que povoa a imaginação de tantos. Mas na realidade, a magia
deste livro existe apenas numa mente inteligente e superior que percebe as
rodas que mexem o mundo.
Criado para ser rei, Merlim é
educado para ser guerreiro e líder. Mas cedo a sua inteligência e perspicácia
deixam antever um estratega e um sábio. Cedendo a coroa a Uter, Merlim passa a
conselheiro do rei e cria o que será Camelot e a távola redonda. Após o
casamento de Uter leva o filho deste, Artur, para ser criado longe dos laços
familiares e para que obtenha uma educação como a de dele próprio: de guerreiro
e rei.
É Merlim que, também, toma para si
a educação de Morgana, meia-irmã de Artur, que o surpreende com uma mente tão
parecida com a sua.
É estranho para alguém que lê
apaixonadamente as Brumas de Avalon, ler um Merlim que fala em Deus e Satã. Que
fala de religiões antigas sem lhe pertencer e que não possui magia alguma. A
Avalon de Michel Rio é apenas uma ilha esquecida no tempo e no espaço que
servirá de prisão a Morgana. Não existem sacerdotisas nem Excalibur.
Não era a leitura que estava à
espera, confesso. No entanto, não deixa de ser uma leitura interessante. É a
visão do mundo de um homem sábio que sabe como mexe o mundo, como o fazer rodar
e que a vida não é linear.
Os próximos títulos da trilogia
estão já em lista de espera.
Quem sabe uma visão mais próximo dessa personagem, se é que alguma vez existiu... Mas entendo as tuas reticências. Depois das Brumas, dificilmente nos despegamos daquele mundo místico.
ResponderEliminarBeijinho minha querida, espero que essa pedra já tenha emigrado.
Ligo no Natal
Talvez, mas o encanto da personagem, para mim, é a magia dele. No entanto vale a pena a leitura. Uma personagem fascinante.
EliminarA pedra por aqui anda. Beijoca grande